O contador de histórias.
Aquele cheiro de livro, deixando claro que ele não tinha preferência entre novo e velho ou amarelado e branco, o deixava boquiaberto e cabisbaixo. Nunca havia pensado em injustiças. Não culpava sua vida pobre por ter lhe tirado, ou nem ao menos dado, sua paixão de vidas. De eternidades.
Sentia amor ao ouvir o ruído de um livro se abrindo. Sentia a doçura de açúcares nunca provados, sendo esses degustados e adorados por uma criança normal. Arrisco-me a dizer que ele realmente não era uma criança normal, ou melhor, comum.
Afinal, quem trocaria qualquer coisa por uma biblioteca cheia?
Quem trocaria qualquer coisa por uma eternidade em silêncio? Tendo como companhia apenas o chão e as palavras?
Esse era nosso contador de histórias em questão.
Infelizmente, sua coragem em enfrentar a sua própria história...Se esvaía. Entrava em conflito com um sentimento de repulsa por quem o havia colocado naquela situação.
{continua}
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