Algo não digno de leitura.


A pobre menina sentiu seus dedos latejarem de tanta dor, logo após se dar conta que eles estavam em carne viva. Suas tentativas frustradas de sair da obscuridade daquele lugar desconhecido a ela, mas muito bem conhecido por quem a deixou lá, a deixavam com uma vontade imensa de abraçar uma morte rápida e indolor.

Ela percebeu que aquele lugar fundo a qual se encontrava, serviria de reflexo a sua vida toda (isso, é obvio, se ela conseguisse sair).

Não adiantava gritar nome de ninguém.

Era como se todas as pessoas que ela mais amavam tivessem contraído uma surdez total e instantânea, ou pior, tivessem esquecido daquela infeliz.

Esquecido dos sorrisos que ela tinha espalhado aos quatro ventos por um puro sentimento de significância, e esse se esvaía junto com os seus gritos desesperados.

Mesmo nessa situação, a pobre garota tinha a medíocre imaginação como sua pior inimiga. Como se um príncipe no cavalo branco (maldito príncipe) aparecesse como num encanto enriquecido com uma parafernalha angelical e doce salvando-a de tudo, até de si mesma. Mas, sinceramente meus caros leitores, a menina sofria da pior doença possível: uma eterna ilusão.

O tal poço pode até ser uma metáfora mal empregada, mas resume muito bem o que ela sentia: nada.

Naquele poço nenhum raio de sol, por mais forte que fosse, conseguia atingir o fundo. E ela prometia a si mesma: "Serei forte. Mais do que sempre fui. Provarei à todos que minha palavras nunca foram vãs e têm uma profundidade digna de prêmio".

Ela só errou porque tentou acertar.

Só brigou, por não suportar injustiças.

Só se rebelou, por não aguentar mais ficar calada.


O que há de tão errado nisso?

Todas as pessoas já sonharam em surrar alguém. Em fazer boxe. Em tocar algum instrumento ou algo tão pacífico quanto.

Mas agora, era apenas ela e o poço praticamente sem fundo.



[Espero que isso continue] (:

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2 comentários:

Anônimo disse...

E eu também.. :)

Amanda (Jeany) disse...

Permita-me que eu continue...
Não aguento ver uma história sem fim.. ainda mais sem um final feliz.
Essa menina vai ver que os parelepipedos ou pedras do poço tem bastante relevo. O suficiente talvez para que ela coloque os pés e vá subindo... Sozinha. Mas só por enquanto. Ela sobe até encontrar um feixe de luz. O tão querido por ela feixe de luz. Pronto. Nasce ai a motivação que ela precisa. A esperança de que o dia está vivo e lindo lá fora, somente a esperando sair pra brilhar mais forte. Apesar falta de esperança que assombrava-a, foi dificil ver que a solução estava bem á sua frente. Nas pedras do próprio poço. As vezes a felicidade é contruida sobre as próprias dificuldades. E ela sai do poço. E pode ser ela mesma lá fora, e aproveitar o dia, aproveitar a vida que é dela, somente dela.

Final fictício, feito por uma mera leitora desse blog. Aguardem o final original. :)

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